Qual o melhor exame por imagem para avaliação da osseointegração de implante dentário?

 

 

Importância do monitoramento pós-implante

O monitoramento da condição dos tecidos moles e duros peri-implantares é uma etapa crucial na avaliação dos resultados da osseointegração de implantes dentários.

Afinal, a ausência de sinais e sintomas, como dor, mobilidade e infecção, é considerada um indicador desejável do resultado do tratamento.

Além disso, outro aspecto crucial é a avaliação precisa do osso de suporte ao redor do implante.

Clinicamente, a detecção precoce de perda óssea e defeitos ósseos é essencial para avaliar a arquitetura óssea, planejar procedimentos regenerativos e evitar uma maior perda de ancoragem óssea, que, se não tratada precocemente, pode resultar na perda do implante.

 

Desafios e soluções na imagem 3D odontológica

A imagem tridimensional (3D) oferece o benefício de fornecer informações volumétricas com detalhes precisos e confiáveis.

Em contra partida, isso vem com o custo de uma dose maior de radiação.

Atualmente, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é a técnica preferida para várias aplicações de imagem 3D em Odontologia.

No entanto, nos casos em que objetos metálicos de alta densidade, como implantes de titânio e pinos metálicos intrarradiculares, estão presentes dentro do campo de visão (FOV), a qualidade da imagem pode ser comprometida pelos artefatos resultantes do fenômeno de endurecimento do feixe, dificultando a avaliação do osso ao redor do implante.

A gravidade desses artefatos, que em alguns casos pode ser suficiente para mascarar defeitos ósseos peri-implantares, depende de vários fatores:

  1. tipo de dispositivo de TCFC utilizado
  2. a posição do objeto dentro do FOV
  3. aplicação de algoritmos de redução de artefatos metálicos.

 

Equilibrando precisão e segurança

É de grande interesse aumentar a sobrevivência dos implantes através da verificação da localização do implante e da massa óssea circundante durante o período de acompanhamento.

Convencionalmente, a exposição à radiação e a carga econômica significativa são os fatores limitantes neste processo.

As doses de radiação da radiografia periapical e panorâmica são atualmente muito baixas, e o risco econômico subsequente também é baixo em comparação com a TCFC.

Mais especificamente, a dose de radiação para cada radiografia convencional é de 7,2 μSv para panorâmica e 1–8,3 μSv para radiografia periapical.

Na TCFC dentária, a dose efetiva varia consideravelmente entre os diferentes aparelhos e pode variar de 5 a 1073 μSv.

Nesse sentido, essas variações decorrem de diferenças nos campos de visão disponíveis, tempos de varredura e tecnologias de detector.

 

Radiografias periapicais

Nesse contexto, a importância das radiografias em retratar a condição do osso ao redor dos implantes é indiscutível.

Entre os métodos bidimensionais, a radiografia periapical é a mais amplamente utilizada e recomendada.

As imagens resultantes possuem excelente resolução espacial.

Portanto, a radiografia periapical deve ser o principal critério de seleção para a avaliação e monitoramento do osso ao redor do implante após sua colocação e osseointegração.

Implantes e próteses causam artefatos de metal na TCFC, tornando essa abordagem difícil para realizar avaliações precisas em relação à densidade e espessura do osso peri-implantar.

Sendo assim, não usa-se a TCFC para esse propósito.