A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) trouxe avanços significativos para o diagnóstico por imagem em odontologia, especialmente na área da ortodontia, ao permitir a visualização tridimensional das estruturas craniofaciais com alta resolução e menor distorção quando comparada às técnicas radiográficas convencionais.
Contudo, com o avanço da tecnologia, crescem também as responsabilidades clínicas e éticas dos profissionais quanto ao uso racional e seguro dessa ferramenta. O posicionamento oficial da American Academy of Oral and Maxillofacial Radiology (AAOMR) oferece um guia abrangente que visa otimizar o uso da TCFC, protegendo o paciente dos riscos da radiação ionizante e, ao mesmo tempo, potencializando os benefícios clínicos.
Indicações Baseadas em Evidências Científicas
O uso da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) na ortodontia deve sempre respeitar o princípio da justificativa clínica individualizada. Isso significa que cada caso deve ser avaliado com base no histórico odontológico do paciente, exame físico detalhado e complexidade do quadro ortodôntico apresentado. A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) não deve ser utilizada como exame de rotina.
Principais Aplicações Clínicas da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) na Ortodontia
-
- Avaliação de caninos impactados e sua relação com estruturas adjacentes.
- Diagnóstico de reabsorções radiculares severas.
- Análise de assimetrias faciais.
- Planejamento de cirurgias ortognáticas.
- Estudo do volume e permeabilidade das vias aéreas superiores.
- Monitoramento da posição tridimensional de dentes não erupcionados.
- Avaliação da estrutura óssea de suporte em casos de expansão rápida da maxila.
- Exames pré e pós-operatórios em casos com anomalias dento esqueléticas graves.
Protocolos Técnicos e Minimização da Radiação
Conforme as diretrizes da AAOMR, todo exame com Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) deve observar o conceito de ALARA (As Low As Reasonably Achievable). Isso implica o uso do menor campo de visão (FOV) possível, com exposição reduzida (mA e kVp) e protocolos específicos para crianças e adolescentes.
Ajustes técnicos recomendados:
- Utilização de modos pulsados de emissão para diminuir a dose.
- Limitação do campo de exposição ao local de interesse clínico.
- Aplicação de barreiras protetoras, como protetores de tireoide e aventais de chumbo.
- Escolha de resoluções compatíveis com o objetivo diagnóstico, evitando alta definição desnecessária.
Recomendações éticas e legais para cirurgiões-dentistas
Profissionais que utilizam a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) em ortodontia devem:
- Manter capacitação contínua sobre interpretação de imagens e atualização científica.
- Assumir responsabilidade integral sobre a análise completa do volume tomográfico.
- Registrar formalmente a indicação clínica e consentimento informado do paciente.
- Informar os pacientes sobre os benefícios, limitações e riscos do exame.
- Cumprir as normas vigentes da vigilância sanitária e conselhos profissionais.
Atenção aos casos com contraindicações relativas
A AAOMR reforça que a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) não deve ser usada apenas para gerar modelos virtuais ou simular imagens panorâmicas/cefalométricas, caso esses exames possam ser obtidos com radiações mais baixas. Essa prática representa exposição desnecessária e deve ser evitada.
Impacto da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) no planejamento ortodôntico
Em pacientes com complexidade diagnóstica elevada, a TCFC pode modificar significativamente o plano de tratamento, reduzindo erros clínicos e aumentando a previsibilidade terapêutica. Entretanto, nos casos convencionais, como apinhamento moderado, discrepâncias dentárias simples ou ausência de sinais de patologias, os exames convencionais ainda são suficientes.
Considerações finais e diretrizes essenciais para o uso responsável da TFCF na ortodontia
O uso da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TFCF) na ortodontia deve ser criterioso, ético e baseado em evidências. Ao aplicar corretamente as diretrizes da AAOMR, o profissional equilibra o alto valor diagnóstico da tecnologia com o compromisso de proteger seus pacientes dos efeitos acumulativos da radiação.
A tecnologia é uma aliada poderosa — mas como toda ferramenta poderosa, exige responsabilidade, preparo e discernimento.
Para aprofundar-se tecnicamente sobre cada recomendação, inclusive as tabelas específicas de campo de visão e níveis de radiação, clique aqui e acesse o artigo completo desenvolvido pela AAOMR.
Acesse o canal oficial do C.I.R.O. no YouTube, onde compartilhamos casos reais, análises tomográficas comentadas, dicas clínicas e discussões com especialistas sobre TCFC, planejamento ortodôntico e radiologia odontológica.
📺 Inscreva-se agora: https://www.youtube.com/@ciro.cirurgiaodentista
📱 Siga também o C.I.R.O. cirurgião-dentista nas redes sociais.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre Deiscência e Fenestração em Ortodontia
- A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) pode substituir os exames radiográficos convencionais na ortodontia?
Não. A Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) não deve ser usada como substituta de rotina. Sua aplicação é restrita a casos com necessidade diagnóstica específica que não pode ser atendida por radiografias convencionais. - Qual o risco real da radiação emitida por uma Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC)?Embora menor que em exames médicos, a radiação da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) é ionizante e cumulativa. Deve-se sempre avaliar o risco-benefício e evitar múltiplas exposições desnecessárias, especialmente em crianças.
- Crianças podem fazer Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) com segurança?
Sim, desde que haja indicação clínica clara e os protocolos pediátricos sejam utilizados para minimizar a dose de radiação. - Posso usar a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) apenas para gerar modelos digitais de arcadas dentárias?
Não. A exposição à radiação não é justificada para esse fim. Modelos digitais podem ser obtidos por meio de escaneamentos ópticos sem radiação. - O dentista precisa interpretar todo o volume tomográfico?
Sim. O profissional é legalmente responsável por analisar todas as estruturas visíveis no exame, mesmo aquelas que não estavam no foco da suspeita clínica inicial. - Existem alternativas à Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) em casos simples de ortodontia?Sim. Em casos sem complexidade, radiografias panorâmicas e cefalométricas são geralmente suficientes para diagnóstico e planejamento.