Autor(es): Mayara Barbosa Viandelli Mundim, Rejane Faria Ribeiro-Rotta (Orientadora)

 

Objetivo: A análise de textura, como um método de diagnóstico auxiliado por computador, tem sido usada para avaliar as características do tecido ósseo em diferentes especialidades da medicina, mas raramente utilizada em odontologia para avaliação da maxila e mandíbula. O objetivo deste estudo foi investigar a viabilidade do uso da análise de textura em imagens de radiografias periapicais como uma ferramenta para o planejamento do tratamento com implantes dentários. Métodos: Imagens de radiografias periapicais de 127 sítios ósseos da maxila e mandíbula (48 pacientes) foram avaliadas antes da inserção do implante, utilizando uma classificação subjetiva de densidade óssea (tipos I, II, III, IV) baseada em radiografias periapicais, panorâmica e percepção tátil do cirurgião. Torque de inserção e frequência de ressonância foram registrados como medidas de estabilidade primária transoperatórias. Radiografias periapicais pré e pós-implante (6 meses de acompanhamento) foram digitalizadas e sobrepostas com base em marcos anatômicos de referência, para o delineamento das regiões de interesse (ROIs). Quatro ROIs foram delimitadas na radiografia pré-implante de cada sítio: áreas mesial e distal periimplantares (0,85 mm de altura x largura do implante), área peri-apical (0,85 mm de largura x altura do implante), e uma área central do sítio (largura x altura do implante). Imagens de cada ROI foram analisadas pelo software Matlab® e sete atributos de textura foram extraídos: a média dos níveis de cinza, o desvio padrão dos níveis de cinza, coeficiente de variação, a entropia, contraste, correlação e segundo momento angular. As imagens foram agrupadas de acordo com a classificação óssea subjetiva e ANOVA e Kruskal-Wallis foram usados para testar as diferenças entre os grupos para cada atributo de textura. Coeficientes de correlação e concordância foram calculados para testar a concordância entre as medidas das ROIs peri-implantar e ROI total (peri-implante + central). Associação entre medidas de estabilidade primária e atributos textura foi testada por regressão linear múltipla. Resultados: As diferenças entre os grupos de tipo ósseo foram encontradas com nível de cinza médio (p = 0,035), o desvio padrão (p = 0,024), o coeficiente de variação (p <0,001) e entropia (p <0,001). A ROI apical mostrou diferença estatística significativa das demais ROIs para todos os atributos, exceto correlação. Coeficientes de correlação de concordância foram todos quase perfeitos (ρ> 0,93), exceto para segundo momento angular (ρ = 0,62). A análise de regressão mostrou que os atributos de textura foram significativamente associados com as medidas de estabilidade de implantes obtidas por meio do torque e frequência de ressonância.

Conclusão: Os resultados sugerem que a análise da textura de radiografias periapicais é um potencial método não invasivo para a avaliação quantitativa de tecido ósseo da maxila e mandíbula e na predição de estabilidade do implante, com potencial aplicação clínica.

 

Palavras Chaves: Implante dentário, estabilidade do implante, visão computacional, análise de textura.

 

Texto completo disponível em: Repositório da UFG